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O relógio se aproximava das 18h, e uma fila começava a se formar no térreo do Teatro Municipal Braz Cubas. O motivo: o concerto de 30 anos da Orquestra Sinfônica Municipal de Santos (OSMS). Quase três horas depois, o que se viu foi uma casa de espetáculos tomada pelo entusiasmo e a expectativa de uma noite histórica. Afinal, 150 artistas, entre músicos, coralistas e solistas, fariam o maior concerto do grupo santista em três décadas de história. Para esta ocasião especial, além dos músicos da sinfônica, participaram também integrantes do Coro Livre Baixada e do grupo Mestres Cantores de São Paulo.

Às 21h, sob a regência do maestro Luís Gustavo Petri, a Sinfonia nº 2 de Gustav Mahler, também conhecida como ‘Ressurreição’, começaria a tomar todos os espaços do Municipal, com sua massa sonora imponente. Na plateia, o silêncio anunciava que algo extraordinário estava prestes a acontecer. E aconteceu.

O maestro, em gestos firmes e ao mesmo tempo delicados, parecia conduzir não apenas a música, mas também as emoções coletivas. Cada movimento da batuta refletia a paixão acumulada em décadas de dedicação à sinfônica da Cidade. A mesma sinfônica que Petri regeu em julho de 1995, naquele mesmo palco, com apenas 16 músicos, em um sopro de tempo, multiplicou-se por nove, quase dez vezes mais participantes.

Nos cinco movimentos da obra do compositor checo-austríaco, o público foi conduzido por uma montanha-russa de sentimentos: da introspecção à catarse, da delicadeza dos solos vocais à força arrebatadora do coro misto que ecoou pelo teatro como se viesse de todos os lados. Quando a explosão final soou, unindo orquestra e vozes em um clímax de pura grandiosidade, muitos espectadores não contiveram as lágrimas.

A reação foi imediata: aplausos de pé, demorados, intensos. Não era apenas a celebração de uma apresentação impecável, mas o reconhecimento de que a Orquestra Sinfônica Municipal de Santos é, há três décadas, um autêntico patrimônio cultural da Cidade.

“Se vocês estão emocionados aí na plateia, não imaginam o que estou sentindo aqui”, resumiu o maestro, dirigindo-se ao público, logo após o final da apresentação. “É uma alegria muito grande para a Cidade manter viva uma Sinfônica com a qualidade da nossa Orquestra. Hoje, a história pode ser vista diante dos nossos olhos”, declarou o secretário de Cultura, Rafael Leal.

Novo concerto nesta sexta-feira
O público terá mais uma oportunidade de assistir à Sinfonia nº 2 de Maler nesta sexta-feira (29), às 20h30, no Teatro Municipal Braz Cubas (Av. Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias). Os ingressos serão distribuídos, a partir das 19h30, na bilheteria do Municipal. O limite é de dois bilhetes por pessoa.