Para reverenciar a obra e a vida do compositor Gilberto Mendes, um dos maiores nomes da música contemporânea do Brasil, será realizada a partir desta sexta-feira (10), a 7ª Semana Cultural Gilberto Mendes. O evento terá início às 18h, na Pinacoteca Benedicto Calixto (Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão) com abertura oficial, seguida de programação cultural.
Após a solenidade de abertura, haverá apresentação do concerto Entre mares e imprevisibilidades, com a participação de Lea Arafah, Paulo Hartmann e o coletivo Percutindo Mundos. Para finalizar a noite haverá a performance de dança CorpoMendes, com Ricardo Neves e Ryan Lebrão.
A programação segue até segunda-feira (13), quando Mendes completaria 103 anos, com apresentações gratuitas da orla até o Centro Histórico. No sábado (11), às 16h30, a Casa das Culturas de Santos (Rua Sete de Setembro, 49, Vila Nova) abriga a palestra A arte experimental e a tradição caiçara, com Márcio Barreto e mediação de Flávio Viegas Amoreira.
Às 17h, no mesmo local, ocorre o Sarau Gilberto Mendes literomusical, com Flávio Amoreira, além dos artistas convidados: Bartolomeu Pereira de Souza, Alexandre Miguel de Souza, Clara Sznifer, Madô Martins, Cynthia Panca e palco aberto para a participação do público.
No domingo (12), às 17h, em frente ao Museu do Café (Rua XV de Novembro, 95, Centro Histórico), tem a intervenção de dança Cais, entre futuros e memórias, com Beth Bastos e artistas convidados.
Já na segunda-feira, o ‘Cine Mendes’ exibe curtas-metragens e videodança sobre a vida e obra do homenageado. A transmissão será pelo canal do YouTube https://youtube.com/@percutindomundos
GILBERTO MENDES
Natural de Santos, nascido em 1922, Gilberto Mendes deixou um legado que extrapola a partitura. Suas composições foram executadas em palcos internacionais, levando a inventividade brasileira a encontros com o experimentalismo mundial. Mendes também foi professor da USP, membro honorário da Academia Brasileira de Música e recebeu a Ordem do Mérito Cultural, além de inúmeros outros prêmios.
Mas talvez seu gesto mais visionário tenha sido fundar, nos anos 1960, o Festival Música Nova, espaço de criação e experimentação. Era sua forma de dizer que a música podia e devia reinventar-se diante do mundo em mutação.
Não se tratava de buscar a beleza formal ou o virtuosismo previsível, mas de tensionar limites: usar o acaso como parceiro, transformar ruídos em melodias possíveis, abrir espaço para a surpresa. A música de Mendes não era feita para adormecer, mas para acordar. Gilberto Mendes morreu em 1º de janeiro de 2016, aos 93 anos. por falência múltipla de órgãos. O compositor era casado há 40 anos com Eliane Ghigonetto
A Semana Cultural é uma realização da Imaginário Coletivo, Instituto Canoa e Percutindo Mundos, em parceria com a Secretaria de Cultura (Secult).
