O Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme, celebrado em 27 de outubro, marca um importante momento de reflexão e conscientização sobre a doença. Em Santos, a data é lembrada anualmente com ações voltadas à informação e à promoção da saúde, com objetivo de ampliar o conhecimento da população sobre uma das enfermidades genéticas mais incidentes no Brasil.
O Município realizou na quinta-feira (23) ação educativa na Praça Jerônimo La Terza, Rádio Clube. Tenda informativa distribuiu folhetos e orientações, além de oferecer testes gratuitos de glicemia e aferição de pressão arterial, em parceria com a Escola de Enfermagem El Shaday. As pessoas que apresentaram resultados alterados foram orientadas a procurar uma unidade de saúde para acompanhamento.
Segundo Ivo Evangelista, coordenador de Promoção de Igualdade Racial e Étnica (Copire), o retorno do público tem sido positivo. “A população tem aprovado e solicitado cada vez mais esse serviço por fornecer mais informações sobre uma doença hereditária com prevalência na comunidade negra”.
O titular da Copire ainda ressalta que, com a criação do Comitê Técnico de Saúde Integral da População Negra, em julho, será possível mapear os casos existentes de anemia falciforme em Santos, em parceria com a Vigilância Sanitária..
A anemia falciforme é uma doença hereditária causada por uma mutação que altera a forma dos glóbulos vermelhos - células responsáveis pelo transporte de oxigênio no sangue. Em vez de arredondadas, elas assumem o formato de foice, tornando-se rígidas e dificultando a circulação adequada. No Brasil, cerca de 3 mil crianças nascem por ano com a doença e outras 200 mil com o traço falciforme, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Embora mais comum na população afrodescendente, a doença também passou a ser diagnosticada em outros grupos étnicos, devido à miscigenação. Para que a Anemia Falciforme se manifeste, é necessário que o gene alterado seja herdado tanto do pai quanto da mãe; quando transmitido apenas por um dos pais, o indivíduo apresenta o traço falciforme, que não causa sintomas, mas pode ser passado aos descendentes.
Entre os principais sintomas estão dores intensas provocadas pelo bloqueio do fluxo sanguíneo, fadiga, palidez, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), atraso no crescimento, feridas nas pernas e maior predisposição a infecções. A falta de tratamento pode levar a complicações como problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais, além de crises dolorosas e anemia crônica. O tratamento inclui o uso de medicamentos específicos e, em alguns casos, transfusões sanguíneas. A cura é possível por meio do transplante alogênico de medula óssea.